terça-feira, 29 de janeiro de 2008

"A guerra é como uma atriz envelhecida. Cada vez menos fotogênica e cada vez mais perigosa."

Robert Capa aproveitou a vida dentro do mundo da moda parisiense, namorou com Ingrid Bergman e Heddy Lamar, conheceu intimamente as maiores modelos de sua época, conviveu com o estilo de vida da alta sociedade e aproveitou o glamour do pós-guerra.

Porém, André Friedmann - seu nome verdadeiro - era basicamente um correspondente de guerra. Espanha, China, França e Indochina foram os palcos de seus melhores trabalhos, ou das suas imagens mais contundentes.

Em 1944, Capa (ou Friedmann) desembarcou na praia de Omaha durante o Dia-D, em pleno avanço dos aliados sobre a França ocupada pelos nazistas. Fotografou o que podia, em meio ao fogo cruzado, até ficar sem filmes. Não poupou nada. Recebia fogo inimigo e devolvia imagens de soldados abatidos.

Pegou uma das lanchas de transporte de volta para o navio-base, onde se reabasteceu de mais filmes. Voltou a tempo de registrar os combates finais e a praia tomada pela mortandade. Finalizou seu trabalho, voltou ao navio e caiu tomado pelo estresse.

A ironia aparece agora. Friedman (ou Capa) fez 108 fotos no total. Durante a revelação, a grande maioria se perdeu no processo de secagem dos negativos. As 11 restantes foram as únicas imagens realizadas durante estes combates.

"Se a sua foto não ficou boa é por que você não chegou perto o suficiente."
Capa e Friedmann chegaram.

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