Era 1962.
Ele tinha 32 anos; ela 36. Ele era um dos mais badalados fotógrafos nova-iorquinos da época. Ela era a musa suprema do cinema. Ele tinha uma câmera, rolos de filmes e algumas garrafas de vinho. Ela tinha a imagem de mulher sedutora, intocável e restrita apenas às telas de cinema e aos altos círculos do poder político estadunidense. A ele renderam 2.700 fotos. A ela, mais 45 anos de lenda.
Bert Stern havia sido contratado pela Vogue para fazer mais um ensaio fotográfico com Marilyn Monroe, mas conseguiu algo a mais: despiu a mulher e o mito. Chegou tão perto para entender que, atrás de toda aquela mítica do símbolo sexual, havia uma mulher normal - bela e sedutora, é claro - mas com um encanto humano e nada estereotipado.
Era para ser apenas um ensaio. Diante do resultado das primeiras fotos, tornou-se também de moda, num pedido tardio da Vogue. Ambos são diametralmente opostos. O de moda mostrava a elegância do mito. O sensual exibia sardas, nada de maquiagem e uma enorme cicatriz da operação na vesícula.
A desconstrução de Marilyn foi publicada na Vogue no dia seguinte a sua morte, coincidentemente. Seis semanas depois de seu encontro com Bert. Editorialmente, era uma decisão a ser pensada com cuidado, mas a reimpressão das páginas era impossível naquele momento.
Hoje, as melhores fotos foram reunidas em uma exposição. Em São Paulo, Marilyn Monroe - o mito fica até março na Galeria Estação São Paulo (informações aqui).
Em nosso inconsciente, ficará por mais tempo.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2008
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