terça-feira, 17 de março de 2009

Você conhece aquilo que você faz?

Foi no cinema que a expressão "referência" parece ter surgido, ou pelo menos tomado mais relevância. Quer dizer, na maioria dos casos, a repetição de uma situação ou cena conhecida como homenagem a um certo cineasta.

Para quem não se lembra, basta recordar as semelhanças entre as cenas das escadarias dos filmes Os Intocáveis, de Brian De Palma, e O Encouraçado Potemkin, de Sergei Eisenstein. Em ambos, além da escadaria, um carrinho de bebê desce sem controle sob fogo cruzado.


Esse "artifício" cinematográfico necessita de uma boa dose de conhecimento prévio da área onde se atua. Não só a informação técnica, mas também histórico. Em todos os ramos da arte, pode se dizer que existe a necessidade de conhecer outras produções, obras, referências, estudos.

E a mais importante de todas: conhecer outros olhares.

Para a fotografia, não basta apenas o conhecimento técnico e prático. Algumas pessoas entendem que outros olhares, dos mais conceituados aos mais comuns, são dispensáveis ou significam perder tempo com algo totalmente improdutível.

Além do exemplo das referências cinematográficas, dispensar o estudo da história da imagem é como guiar um carro desconhecendo sua mecânica: a qualquer momento a falta de conhecimento pode comprometer um bom trabalho.

Fotografar não é apenas um exercício artístico ou de comunicação. É também de conhecimento histórico, de entendimento de suas raízes, das suas origem e funções, das suas referências, da sua trajetória histórica e, principalmente, de seus personagens.

Uma centena de profissionais atravessaram os anos testando novas técnicas. Eles erraram, acertaram, compreenderam o momento e transmitiram este conhecimento através de imagens ou em outras formas de relatos. Deixar estas informações de lado é negligenciar um legado de experimentações que está facilmente ao nosso alcance.

Está lá. É só buscar.

Um comentário:

Claire disse...

Atualiza isso aqui, pidoncho.